A transferência de Marcos Camacho, o Marcola, e outras lideranças de uma facção criminosa para presídios federais aumentou a lista de criminosos que estão em alguma das cinco unidades mantidas pelo governo federal. Nesses presídios, as regras são mais rígidas. Recentemente, por exemplo, o governo estabeleceu que visitas só podem ser feitas por videoconferência ou no parlatório (onde o preso e seu interlocutor ficam separados por um vidro). Visitas íntimas são proibidas para quem é é integrantes de facção criminosa, líder de quadrilha ou já tentou fugir da polícia.
Considerado um dos maiores traficantes de drogas e armas do país, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, está no presídio federal de Poro Velho desde 2012, Somadas, as condenações dele chegam a 317 anos de prisão. Em uma das condenações mais recentes, Beira-Mar é acusado e comandar uma guerra de facções, em 2002, no presídio de segurança máxima Bangu I, na Zona Oeste do Rio, quando quatro rivais seus foram mortos. Em maio do ano passado, a Justiça do Rio decidiu manter Beira-Mar mais um ano no presídio federal por suspeita de que, em uma penitenciária comum, ele teria mais facilidade para dar ordens.
Nem
Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na Favela da Rocinha, cumpre pena no presídio federal de Porto Velho, em Rondônia, desde 2011. Ele foi preso em novembro daquele ano por policiais militares na Lagoa, na Zona Sul do Rio. O traficante estava no porta-malas do carro do advogado e teria oferecido R$ 30 mil para que os PMs não o levassem. Em setembro de 2018, Nem foi condenado por mais um crime: o homicídio e ocultação de cadáver da modelo Luana Rodrigues e de uma amiga, ocorrido em maio de 2011. Elas teriam fugido com uma carga de haxixe.
Marcinho VP
Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, considerado um dos chefes de uma facção criminosa, está detido no presídio federal de Mossoró (RN) desde 2015. Ele frequenta o sistema penitenciário desde 1996, quando foi detido e levado ao presídio de Bangu 1, por tráfico de drogas. Ele cumpre pena de 48 anos de prisão por ter sido condenado, em dois julgamentos diferentes, pelos crimes de tráfico de drogas e autoria intelectual de dois homicídios.
Batman
O miliciano Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, está no presídio federal de Mossoró (RN), desde 2009. Em novembro de 2013, ele foi condenado a 30 anos de prisão, apontado como chefe de uma milícia que atua na Zona Oeste do Rio. Batman chegou a ficar preso no Rio em 2008, mas fugiu pela porta da frente, no carro de um falso agente penitenciário. Houve suspeitas de que a fuga contou com a conivência de policiais.
Marcola
Condenado a mais de 300 anos de prisão, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, é apontado como líder de uma facção criminosa paulista. Ele estava preso em unidades de segurança máxima de São Paulo desde 1999, quando foi pego por roubos a carro fortes e bancos. Embora não tenha fundado a facção criminosa, ele tomou seu comando no ano seguinte. Em 2017, ele chegou a ficar no RDD, após ser condenado por ligação com um grupo de advogados que trabalharia para a quadrilha criminosa. O governo federal ainda não informou para qual presídio ele irá. EXTRA