Com ordem da Justiça, serão acessadas contas que tiveram login e senha identificados pelo MP/MS
Enquanto Cícero Saad, réu na ação civil coletiva que apura suspeita de pirâmide e calote com a criptomoeda bitcoin, oferta uma nova plataforma sobre moedas virtual, a Justiça fará no dia 24 uma audiência para rastrear contas em busca de dinheiro. A medida foi determinada pelo juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, David de Oliveira Gomes Filho.
Na audiência, serão acessadas contas que tiveram login e senha identificados pelo MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). E, sendo possível, fazer a transferência de criptomoedas que possam existir para a conta judicial.
Na busca por valores, o magistrado determinou bloqueio de bens e solicitou informações para as corretoras (exchange) no Brasil e no exterior. Com os procedimentos são lentos e burocráticos, a audiência vai agilizar a procura de bens.
Caso não sejam encontrados valores, vai ser possível identificar quanto tinha, para onde foi transferido e quem sacou. A ação, fruto da operação Lucro Fácil, já tem 8.430 páginas e 301 pessoas que cobram prejuízo.
A operação Lucro Fácil foi realizada em 17 de abril de 2018 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Os mandados foram cumpridos nas sedes das empresas MinerWorld, Bit Ofertas e Bitpago, em Campo Grande e São Paulo, além das residências dos respectivos sócios.
A suspeita de pirâmide foi denunciada à CVM (Câmara de Valores Imobiliários), que acionou o MP/MS. A Câmara de Valores Mobiliários concluiu que a MinerWorld aparenta dispor proposta fraudulenta com características de pirâmide financeira.
A MinerWorld negou irregularidades e afirmou ter sido vítima de uma fraude que rendeu prejuízo, em abril , na ordem de R$ 23,8 milhões – e que teria ocasionado as reclamações dos investidores que, desde 2017 alegam não conseguirem realizar saques de seus investimentos.
Grande problema – No vídeo, Saad, da MinerWorld, deu explicações para parceiros. “Olá, ‘Miners’. Sou Cícero Saad, estamos em dezembro de 2018, estou aqui fazendo esse vídeo para esclarecer para cada um de vocês um pouco do que está acontecendo com a empresa”, começa.
Saad também voltou a dizer o que teria sido o grande problema da empresa. “Como todos sabem, o grande problema da Miners foi decorrente a um hacker das contas da Poloniex, que nossos advogados do Brasil e dos EUA estão Trabalhando em conjunto para recuperação desses valores. Acredito que voltará em breve”, anunciou o presidente, apresentando a ferramenta em seguida.
A reportagem entrou em contato com o Ministério Público, que está em regime de plantão, e foi informada que a partir de segunda-feira (dia 7) pode consultar a promotoria que denunciou Saad sobre a legalidade da nova plataforma. (Matéria editada às 10h36 para acréscimo de informação)
Investigado, empresário da pirâmide de bitcoins anuncia nova plataforma.
Um vídeo publicado na internet e gravado pelo empresário Cícero Saad Cruz, presidente da empresa Minerworld – mineradora de bitcoins investigada pela prática de pirâmide financeira desde abril de 2018 – mostra o empresário convidando parceiros para uma nova ferramenta voltada ao uso de moedas virtuais, a “m360.exchange”. A plataforma, que permitiria, inclusive, a transferência de moedas do sistema antigo, é apresentada aos usuários como alternativa para uso do saldo já adquirido por cada um.
“Conseguimos viabilizar um sistema e um plano de pagamento para cada um de vocês que estão com as contas abertas. Nós não esquecemos da MCash, estou trabalhando há meses, gerando um sistema para que você possa tirar sua MCash da Miner360 e colocar na m360.exchange. Com isso, você poderá utilizar a moeda”, promete o empresário.
De acordo com a mensagem gravada, após a transferência, os usuários poderão utilizar normalmente suas moedas em comércios parceiros. Saad afirmou ainda estar “em busca de comércios que aceitem a utilização das moedas” e convidou empresários para aderirem ao processo.
Confira o vídeo:
No Facebook, Jonhnes Carvalho, que já foi sócio de Saad na Minerworld, avaliou o anúncio do empresário e deu exemplos de como a ferramenta deve funcionar. “Ao que tudo indica, funcionará da seguinte maneira; O comerciante decide fazer uma promoção sobre um produto ou serviço. Vamos supor que seja para um sapato. O sapato custa R$100, o comerciante anuncia com 10% de desconto. A pessoa que possui MCASH fará o pagamento de R$90 em dinheiro/cartão/cheque e os R$10 restantes pagará em MCASH. Quem estabelece o percentual a ser recebido em MCASH é o comerciante”, afirma Jonhnes na publicação.
“Surpresa” – Também no vídeo, antes mesmo de apresentar a nova plataforma, Saad aparece dando explicações para parceiros. “Olá, ‘Miners’. Sou Cícero Saad, estamos em dezembro de 2018, estou aqui fazendo esse vídeo para esclarecer para cada um de vocês um pouco do que está acontecendo com a empresa”, começa.
Logo após, o empresário afirma que foi pego de surpresa com operação. “Olha, como todos sabem, em abril de 2018, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul fez uma ação Civil Pública contra a nossa empresa, pegando todo mundo de surpresa. Mas, desde o início, nós estamos cooperando com a Justiça e com o Ministério Público”, afirma ele destacando que um dos pedidos foi a paralisação total da empresa, o que segundo o empresário está sendo feito.
Saad também voltou a dizer o que teria sido o grande problema da empresa. “Como todos sabem, o grande problema da Miners foi decorrente a um hacker das contas da Poloniex, que nossos advogados do Brasil e dos EUA estão Trabalhando em conjunto para recuperação desses valores. Acredito que voltará em breve”, anunciou o presidente, apresentando a ferramenta em seguida.
Operação – Em abril do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Lucro Fácil, além de autorizar a busca e apreensão em endereços de empresas que se apresentam como mineradoras de bitcoins e dos sócios das mesmas, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 300 milhões em bens de 11 suspeitos de integrarem esquema de pirâmide financeira.
s mandados foram cumpridos nas sedes das empresas MinerWorld, Bit Ofertas e Bitpago, em Campo Grande e São Paulo, além das residências dos respectivos sócios. A suspeita de pirâmide foi denunciada à CVM (Câmara de Valores Imobiliários), que acionou o MPMS. A Câmara de Valores Mobiliários concluiu que a MinerWorld aparenta dispor proposta fraudulenta com características de pirâmide financeira.
A MinerWorld nega a irregularidades e afirma ter sido ela vítima de uma fraude que rendeu prejuízo na ordem de R$ 23,8 milhões – e que teria ocasionado as reclamações dos investidores que, desde o ano passado, alegam não conseguirem realizar saques de seus investimentos.
Pirâmide é um modelo comercial que consiste no recrutamento de investidores até que o esquema atinge nível insustentável e só quem está no topo lucra com o negócio. CGNEWS