“Com a mudança climática estamos sempre tentando entender como as plantas estão respondendo ao estresse climático”
Em um estudo da Eberly College of Science, nos Estados Unidos, sobre a cultura do arroz, os pesquisadores descobriram que um aumento repentino de calor levou a mudanças na estrutura do RNA da planta, que estava ligada a uma perda no número de seus RNAs mensageiros, ou mRNAs. A molécula de mRNA é um tipo particular de RNA, que transfere instruções de DNA para o ribossomo em uma célula, durante o processo de produção de proteínas.
De acordo com Sarah M. Assmann, professora de Biologia da Universidade, esse processo pode ser uma forma de como as plantas lidam com a temperatura, já que não podem se adequar a ela, como os humanos, por exemplo. Ela ainda diz que, embora mais estudos sejam necessários, esta pesquisa pode servir como um primeiro passo importante para ajudar os agricultores a produzir mais culturas resistentes ao calor e à seca.
“O arroz é um alimento básico para metade da população mundial e é particularmente importante para a agricultura de subsistência em algumas partes do mundo, por isso é uma cultura alimentar vital. Com a mudança climática estamos sempre tentando entender como as plantas estão respondendo ao estresse climático, então, potencialmente, no futuro, poderemos melhorar as variedades de culturas, através de criação, ou outros mecanismos, para obter melhor tolerância ao estresse e melhores rendimentos”, explica ela.
Segundo Philip Bevilacqua, professor emérito de Química, Bioquímica e Biologia Molecular, os pesquisadores examinaram mais de 14.000 RNAs diferentes para procurar por mudanças nas estruturas intrinsecamente dobradas das moléculas, o que poderia sinalizar estresse de calor agudo. “O que eu realmente acho interessante neste estudo é que ele incorpora todos os diferentes conjuntos de habilidades e todos os diferentes talentos de nossos laboratórios”, conclui.
Fonte: Agrolink