Um dos principais mecanismo é a capacidade fisiológica de desintoxicar ou tolerar substâncias tóxicas.
Um estudo realizado pelo Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, em Eldorado do Sul (RS), indicou que o carrapato bovino é resistente a ivermectina. De acordo com informações divulgadas pela Agência Brasil, o estudo teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Segundo informou a pesquisadora Tatiana Teixeira Torres, não existe apenas um, mas vários mecanismos que podem estar ligados à resistência do carrapato a esse que é um dos pesticidas mais utilizados para combatê-los. Dentre estes mecanismos, o que mais chama a atenção da pesquisadora é a capacidade fisiológica de desintoxicar ou tolerar substâncias tóxicas.
“Tal conhecimento pode auxiliar na busca de novas estratégias para lidar com a resistência à ivermectina no campo. Por exemplo, os inibidores testados, ou outras moléculas de efeito análogo, poderiam ser introduzidos em formulações comerciais de ivermectina”,comenta.
Dados da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) indicam que os danos causados por pragas, como o carrapato bovino, chegam a US$ 3,2 bilhões ao ano (23,2%). No entanto, para combatê-los, o agricultor conta apenas com o uso dos pesticidas.
“A infestação ocorre no momento em que o carrapato se alimenta com sangue do animal. É quando o inseto inocula substâncias anti-hemosta´ticas, anti-inflamato´rias e imunomodulato´rias contidas em sua saliva. Essas substâncias modificam a fisiologia no local da picada, causando perda de sangue, redução na imunidade do hospedeiro e irritação. O estresse do animal causado pelas infestações conduz a` interrupção da alimentação e, consequentemente, a` perda de peso e a` redução da fertilidade”, conclui.
Fonte: Agrolink