O Sol está “virando de cabeça para baixo”? Quase isso

Esse fenômeno é um processo natural e regular, que costuma ocorrer próximo ao pico de atividade do Sol, chamado máximo solar

Em 2024, o Sol tem mostrado um comportamento mais inquieto, com poderosas explosões e apagões de rádio que afetam as comunicações na Terra. Essa movimentação faz parte de um ciclo de 11 anos, durante o qual os polos da estrela acabam se invertendo

Esse fenômeno, que pode ser descrito como o Sol “virando de cabeça para baixo”, é um processo natural e regular, que costuma ocorrer próximo ao pico de atividade (chamado máximo solar).

De acordo com o site IFLScience, o ciclo solar foi identificado pelo astrônomo alemão Heinrich Schwabe, que, entre 1826 e 1843, observou que o Sol passa por períodos de calmaria, quando não há manchas visíveis, intercalados com fases de intensa atividade, com muitas manchas. 

Gráfico descreve as linhas dos polos magnéticos do Sol, que se invertem aproximadamente a cada 11 anos. Crédito: NSF/AURA/NSO

Como acontece a inversão dos polos magnéticos do Sol

Assim como a Terra, o Sol possui um campo magnético, mas com um comportamento bem mais complexo: o equador do astro gira mais rápido do que os polos, o que provoca distorções no campo magnético, criando essas áreas escuras. 

Quando o Sol atinge o pico do ciclo, o campo magnético se reorganiza, o que resulta em erupções solares e ejeções de massa coronal. Esses eventos podem ter impacto na Terra, afetando satélites e sistemas de comunicação, além de gerar auroras boreais e interferir em sinais de rádio. Nesse momento, o Sol passa por um processo de inversão do campo magnético, aumentando a ocorrência dessas erupções.

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O ciclo solar tem uma duração variável, que pode ser de 8 a 14 anos, e o máximo do ciclo atual, quando ocorre a inversão dos polos, era previsto para 2026. No entanto, de acordo com a NASA, ele já está acontecendo.

Uma das principais previsões vem do estudo de “eventos terminadores”, formados por estruturas magnéticas conhecidas como “rosquinhas”, que surgem a 55 graus de latitude no Sol. Essas formações migram em direção ao equador e se cancelam quando se encontram, marcando o final de um ciclo e o início de outro.

Estudar esse processo ajuda a entender melhor como as erupções solares podem impactar a Terra e a prever suas consequências para tecnologias como satélites e redes de comunicação.

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